O governador João Azevêdo (PSB) determinou a abertura de um inquérito “rigoroso” para apurar o episódio envolvendo a denúncia do deputado federal Ruy Carneiro, candidato a prefeito de João Pessoa pelo Podemos, de que havia sido impedido de realizar uma plenária no bairro do Cristo Redentor, por determinação de facções criminosas.
“Determinei ao secretário de Segurança [Jean Nunes] que fizesse uma apuração extremamente rigorosa, até porque no outro dia apareceu o dono do circo gravando dizendo que não houve nada daquilo. É preciso muito cuidado; precisamos fazer uma avaliação. Pedi uma investigação, colocando um delegado especial, para saber verdadeiramente o que aconteceu e se aconteceu”, disse o governador na manhã desta segunda-feira (19).
O candidato a prefeito de João Pessoa pelo Podemos, Ruy Carneiro, denunciou, na última quinta-feira (15), que foi impedido de realizar uma plenária dentro de um circo instalado no bairro Cristo Redentor por determinação de uma facção criminosa.
O deputado prestou boletim de ocorrência e em entrevista coletiva anunciou que iria pedir reforço de tropas federais para garantir o direito de fazer campanha política.
Horas após a denúncia, o proprietário do circo, José Carlos da Silva, conhecido como Palhaço Pipoquinha, disse que não recebeu ameaças por parte de facções para acabar com plenária conduzida por Ruy.
José Carlos negou que tenha sido pressionado por supostos criminosos e revelou que foi ludibriado sobre o evento, pois não sabia ser de teor político. De acordo com Silva, membros da campanha de Ruy o contataram para realizarem um evento, sem citar que se tratava de uma ação política.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Carneiro rebateu o recuo e apontou um diálogo com José Carlos da Silva, onde o profissional relata o medo de prosseguir com o evento.
“A senhora vai garantir a vida dos meus filhos? Vai garantir o meu circo? O que eu mais quero é que isso mude. Eu só quero vender espetáculo, quero vender as minhas coisas. Eu quero ver a minha família. Só que ele disse não, não, não. Aí quem vai chegar e garantir o meu circo, que eles não vão colocar fogo?”, afirmou Silva na gravação divulgada por Ruy.
Nas redes sociais, o deputado reforçou a denúncia de ameaça. “Estamos divulgando este áudio com o objetivo de garantir a verdade do que aconteceu no circo, no Bairro do Cristo. As famílias estão sendo silenciadas e obrigadas a negar a interferência do crime organizado nas eleições de João Pessoa. Pediremos que a Polícia Civil reforce a segurança da família de José Carlos da Silva (Palhaço Pipoquinha), dono do circo. Nós queremos que os criminosos que o forçaram a mentir sejam identificados e punidos no rigor da lei”, postou.
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