A Polícia Federal realizou, na manhã desta quinta-feira (26), uma operação em São Bento, no Sertão da Paraíba, com o objetivo de combater crimes eleitorais. Foram cumpridos 22 mandatos de busca e apreensão como parte da Operação “Coactum”, que investiga os crimes de captação de sufrágio (compra de votos) e aliciamento violento de eleitores (novo voto de cabresto).
De acordo com as investigações, o grupo suspeito utilizou o controle territorial para influenciar o resultado das eleições, praticando crimes como associação criminosa e intimidação de candidatos. A organização forçou os cidadãos, por meio de ameaças e violência, a votar em candidatos por eles indicados, criando um clima de medo na comunidade.
As ações de hoje buscaram reunir mais provas que confirmassem a atuação criminosa do grupo, eventualmente responsabilizando os envolvidos. Entre o material apreendido, muitas armas, além de documentos e aparelhos celulares relacionados à investigação.
Durante as buscas, duas pessoas foram presas em flagrante por posse ilegal de armas de uso restrito. Os presos e os itens apreendidos foram encaminhados à delegacia da Polícia Federal em Patos, onde seguem as investigações.
Rafinha
O candidato a vice-prefeito de São Bento, Rafinha Banana (Republicanos), é um dos principais alvos no âmbito da Operação Coactum, sob a suspeita de abuso de poder econômico nas eleições municipais deste ano. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, uma metralhadora foi encontrada e apreendida, intensificando as suspeitas sobre o grupo político de Rafinha.
De acordo com o relatório da Polícia Federal, as primeiras diligências apontam que o grupo de Rafinha estaria constrangendo eleitores “através de grave ameaça, com uso de arma de fogo”, visando garantir votos. Além disso, há indícios de que dinheiro estaria sendo distribuído a eleitores como parte de um esquema de compra de votos.
“O poderio econômico do candidato estaria o permitindo realizar distribuição de dinheiro em espécie, na cidade de São Bento, com a manifesta intenção de realizar a compra de votos e tanto ele, quanto pessoas que são ligadas, estariam trafegando armados pela cidade, com o intuito de constranger eleitores, para a manifesta finalidade de obtenção de votos, conforme fotografias e videos anexados à representação, onde supostamente aparecem amigos, parentes e apoiadores do investigado, conforme quatro nomes de pessoas mencionados na representação”, diz a PF.
A Polícia Federal também destacou um incidente em que um aliado de Rafinha Banana foi flagrado fazendo campanha portando uma arma de fogo. Embora o indivíduo fosse registrado como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), a lei proíbe o uso de armas em locais com aglomeração e consumo de álcool.
Rafinha Banana é descrito como um empresário de sucesso no ramo de apostas. Segundo a PF, ele teria se separado de um ex-sócio por questões financeiras, cada um assumindo uma empresa distinta. Em 2022, Rafinha ganhou notoriedade ao faturar mais de 12 milhões de reais em apostas no setor político. Agora, em 2024, ele estaria apostando um prédio de dois pisos e 600m² na vitória da oposição nas eleições de São Bento.
A 69ª Zona Eleitoral de São Bento autorizou os mandados de busca e apreensão, considerando a medida necessária para obter provas sobre o possível envolvimento do candidato e seus aliados nos crimes investigados.
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