O juiz federal Bruno Teixeira de Paiva, do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), remeteu, na noite deste sábado (28), o julgamento do recurso contra a prisão preventiva da primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, para ser apreciado pela Corte, como adotou no caso da vereadora Raíssa Lacerda (PSB), que também foi presa na Operação Território Livre.
No processo, que corre de forma sigilosa, o magistrado determinou a intimação dos advogados e da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) sobre a decisão. No caso da Procuradoria, o órgão deve incluir o parecer sobre o pedido da defesa de Lauremília em de 24 horas.
Havia uma divergência no tocante à data. No despacho, Teixeira definiu o julgamento para a próxima sessão do TRE-PB, ou seja, nesta segunda-feira (30). O juiz, porém, colocou no documento como se fosse no dia 2 de outubro, ou seja, na quarta-feira.
“DETERMINO a intimação dos advogados da paciente para a próxima Sessão do TRE-PB (dia 02/10/2024, 14:00hs), onde será julgado, colegiadamente, o mérito deste Habeas Corpus. Para que o feito esteja devidamente instruído, determino a intimação da autoridade coatora, para se manifestar no prazo de 24 hs (contado em horas) e, logo após, intimar a PRE, dando-lhe também 24 hs (contado em horas) para a inclusão de seu parecer”, assinalou.
Até lá, a primeira-dama e a secretária particular dela, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, seguem presas na Penitenciária Feminina Maria Júlia Maranhão, onde também cumprem prisão preventiva vereadora Raíssa Lacerda e Taciana do Nascimento, que também são investigadas na Operação Território Livre, que apura a suspeita de aliciamento violento de eleitores na campanha eleitoral em João Pessoa.
O julgamento colegiado foi o mesmo rito adotado pelo magistrado no caso de Raíssa Lacerda. Na ocasião, a Corte decidiu, por unanimidade, manter a parlamentar presa. Ela aguarda julgamento de novo recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
EXTORSÃO
A Polícia Civil prendeu no fim da tarde de sexta-feira (27) em João Pessoa dois homens acusados de tentar extorquir a primeira-dama da Capital, Lauremília Lucena. Um terceiro suspeito, servidor da Prefeitura de João Pessoa, está foragido.
Lauremília prestou depoimento na noite de sexta-feira, horas antes de ser um dos alvos de prisão da Operação Território Livre 3, deflagrada na manhã deste sábado (28).
No Boletim de Ocorrência feito pela secretária de Lauremília, Tereza Cristina Barbosa, ela afirma à Polícia que um homem pediu R$ 40 mil para a primeira-dama.
Os criminosos teriam dito que possuiam uma foto comprometedora de Lauremília com pessoas ligadas ao crime organizado. O primeiro contato foi por meio de mensagem, no último dia 24, como consta em um dos documentos da investigação.
Com a informação de Tereza, foi mantada uma operação, no local indicado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para a troca do dinheiro pelo conteúdo comprometedor.
Mas no momento da entrega do numerário, de acordo com os envolvidos, a Polícia prendeu Genival Melo Filho e Lindon Jonhson Dantas.
Eles confirmaram envolvimento na extorsão e que estavam fazendo o serviço a pedido de homem chamado Jonathan Dário da Silva, que é, segundo a Polícia Civil, servidor da PMJP.
De acordo com a plataforma Sagres, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), Jonathan foi admitido em março de 2021, e recebe salário mensal de R$ 2.700. Não há, no sistema, o local exato onde ele está lotado.
Em depoimento como vítima na sexta-feira à noite, Lauremília afirmou que: “na condição de primeira-dama recebe diversas pessoas e não faz distinção ou consulta prévia quem a procura, as recebe naturalmente na condição de cidadãos de João Pessoa e que determinou, por meio de sua assessoria, que o fato deveria ser levado à polícia e que seguisse as instruções dadas pelos policiais”.
Com Mais PB e Jornal da Paraíba
Sensação
Vento
Umidade