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ESPAÇO DEMOCRÁTICO

Câmara se destaca pelo pluralismo: com preto, branco, hétero, gay, evangélico, adepto de religião afro-descendente e com oito mulheres

Jô Oliveira é negra, pobre, sem tradição política e oriunda da periferia campinense; Rafafá é gay e adepto de religião africana

04/01/2025 11h36Atualizado há 3 semanas
Por: Redação
Foto: Divulgação CMCG
Foto: Divulgação CMCG

Bastos Farias / Jornalista formado pela UEPB

A décima nona legislatura da Câmara Municipal de Campina Grande certamente vai entrar para a história. São 23 vereadores com a marca do pluralismo, num parlamento que concentra num espaço só advogados, empresários, policiais, negros, brancos, héteros, gay, evangélicos, católicos e adepto de religião afro-descendente; sem distinção.

No meio da diversidade, chama a atenção a bancada feminina. São oito mulheres (35%): Jô Oliveira (PCdoB), Pâmela Vital (MDB), Ivonete Lugério (União Brasil), Carol Gomes (União Brasil), Fabiana Gomes (União Brasil), Ana Cardoso (Republicanos), Valéria Aragão (União Brasil) e Waléria Assunção (PSB).

Negra, pobre, sem tradição política e oriunda da periferia campinense, Jô Oliveira tem uma carreira em ascensão. Com a bandeira de esquerda e atuação voltada para os mais pobres, ela chega ao seu segundo mandato como a mais votada entre os 23 vereadores - 5.178 votos.

A estreante Waléria Assunção, natural da cidade de Barro (CE), surge como uma grande promessa. Considerada uma surpresa na eleição, Waléria é jornalista com atuação em vários órgãos de comunicação na cidade.

Ela tem como principal bandeira de luta a causa animal. Inclusive, por conta de sua atuação, acabou perdendo o emprego que tinha havia anos na TV Paraíba e CBN, do Sistema Paraíba de Comunicação/Rede Globo, fato este lembrado pela própria vereadora no dia da posse.

MÃOS AMIGAS

Com vários mandatos no currículo, Ivonete Ludgério foi a terceira mais votada (4.964 votos) no pleito passado. É sem dúvida a mais experiente de todas, inclusive, já foi presidente do Poder Legislativo.

A parlamentar tem "vida própria" na Câmara, no entanto, conta com o apoio nos bastidores do esposo, o deputado estadual Manoel Ludgério (PSDB). Com vários anos de política, também foi vereador em Campina e presidente da Câmara.

A fisioterapeuta Carol Gomes - segunda mais vontada entre todos, com 5.009 votos - pretende dar a volta por cima e recuperar o tempo perdido. O seu primeiro mandato, na legislatura passada, foi interrompido.

O TRE - Tribunal Regional Eleitoral reconheceu fraude na cota de gênero por parte do seu ex-partido, o PROS. Ela e o colega Ruy da Ceasa acabaram cassados; além de Waldeny Santana e Dinho Papaléguas, ambos do União na época.

Carol também tem a ajuda do esposo no mandato: o ex-prefeito do município de Boa Vista, André Gomes, que é candidato a deputado estadual em 2026. 

Ana Cardoso e Fabiana Gomes igualmente recebem orientações e suportes externos: ex-vereadores Marinaldo Cardoso (Republicanos) e Nelson Gomes (Podemos), respectivamente, ex-presidentes da Casa de Félix Araújo, virtuais candidatos nas próximas edições e decisivos nas conquistas das companheiras.

BANCADA EVANGÉLICA 

A pluralidade na atual legislatura é observada até mesmo na mesa diretora. Com um colegiado predominantemente católico, foi eleito um evangélico para a presidência: vereador Saulo Germano (Podemos), que trocou o comércio pelo parlamento e chega ao comando da Casa com apoio unânime.

Além de Saulo, integram a bancada evangélica os vereadores Saulo Noronha (MDB), Pastor Luciano Breno (Avante), Alexandre do Sindicato (União) e Olímpio Oliveira (Podemos). Olímpio é delegado de carreira da Polícia Civil e integrante da "Bancada da Segurança", também chamada de "Bancada da Bala", reforçada pelos policiais militares Dinho Papaléguas (PSDB) e Sargento Wellington Cobra (PSB).

Considerado radical e "bolsonarista de carteirinha" assumido, Alexandre do Sindicato mantém-se crítico fervoroso dos governos João Azevêdo e Lula. Um dos únicos sindicalistas de direita do Brasil, Alexandre é atuante e participativo. Integra também a "Bancada Negra" juntamente com Jô Oliveira e Severino da Prestação.

SEM PRECONCEITO

A diversidade presente no Parlamento campinense, no entanto, mostra no seu íntimo algo incomum, especialmente em tempos outroras, embora que o marchismo, homofobia e preconceito religioso estejam ainda muito em voga na sociedade. E na política.

No seu discurso de posse, o ex-estudante de Jornalismo Rafael Sousa chamou logo atenção com os agradecimentos: à mãe de sangue, à mãe de criação e à mãe de santo.

Adepto de religião afro-descendentes, Rafafá (como é conhecido) é gay. Ele assume o mandato com a promessa de lutar pelas pessoas mais necessitadas, defendendo ainda as causas animal, da cultura e das minorias.

Foi a quarta vez que Rafafá disputou uma eleição para a Câmara. Desta vez, foi eleito no último dia 6 de outubro pelo União Brasil com 4.820 votos - o quarto mais votado  entre os eleitos e em primeiro lugar entre os homens. Aos 34 anos, o jovem é uma das promessas da política campinense.

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