O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba vem atuando para evitar gastos exagerados com combustíveis em prefeituras paraibanas. O mais novo alvo é o município de Serra Branca, que fica no Cariri paraibano, onde um pregão eletrônico no valor de R$ 8,7 milhões foi suspenso cautelarmente por suspeita de superfaturamento.
A decisão foi assinada pelo conselheiro Antonio Gomes Vieira Filho e acolheu representação feita pelos procuradores Manoel Antonio dos Santos Neto e Luciano Andrade Farias, do Ministério Público de Contas. O certame, marcado para o dia 8 de abril, ficará paralisado até que o prefeito Michel Alexandre Pereira Marques (União Brasil) justifique a elevação brusca dos valores. O montante previsto para 2025 representa mais que o triplo do gasto real com combustíveis no exercício anterior, que foi de R$ 2,8 milhões.
Para de ter uma ideia da discrepância, o valor de R$ 8,7 milhões é suficiente para um carro popular ir 4.500 vezes da Paraíba a São Paulo (ida e vinda), com a gasolina comprada numa média de R$ 6,30. A distância para SP é de 2.714 quilômetros, com o cálculo sendo feito com o veículo fazendo até 18KM com um litro.
Enquanto Serra Branca tenta explicar o aumento milionário, o município de Amparo já teve as contas reprovadas por irregularidades semelhantes. A 1ª Câmara do TCE condenou o ex-prefeito Inácio Luiz Nóbrega da Silva a devolver R$ 81,9 mil aos cofres públicos. A decisão aponta sobrepreço na compra de combustíveis, lubrificantes e gás de cozinha. O processo também foi relatado pelo conselheiro Antonio Gomes.